Memórias de Abaeté - Parte I

Dizem que a primeira Paróquia de um padre é o seu primeiro amor.

Quis a Providência Divina que iniciasse meu ministério presbiteral nas Alterosas de Abaeté-MG.

Foi no dia 23 de otubro de 2008, no centro de Formação da Paróquia Nossa Senhora do Livramento de Piumhi, durante a atualizaçõ do clero, que Dom Félix me chamou para conversar. O clima entre os padres era de transferências e nós, então diáconos Cristiano Pedro e eu, estávamos na expecttiva. Muitos já haviam me dito: "Você vai para Abaeté!" O motivo era muito simples: como em 2005 e 2006 fiz estágio pastoral na querida Paineiras, juntamente com Pe. Orlando, conhecia um pouco da realidade da forania. Como se isso não bastasse a Paróquia estava voltando para a Diocese depois de 70 anos da presença Franciscana.

Era de fato um desafio...uma nova missão....um novo recomeço para mim. Depois de anunciado para Abaeté, a princípio com o Pe. Antônio Carlos da Silva, comecei os preparativos para Abaeté! Confesso que passei noites sonhando com o povo, com o trabalho que, como padre estava para iniciar. Fazendo uma leitura dos acontecimentos que corroboraram para meu envio à Abaeté, lembro que comentei com alguns padres amigos que a região norte de nossa Diocese era ainda desconhecida por muitos padres e que a Forania de Abaeté era a "Galiléia da Diocese". Lá não tinha um mar....mas éramos agraciados pelas águas do são Francisco que começavam a formar a grande represa de "Três Marias". Deus me quis em sua Galiléia! E pra ela caminhei feliz...muito feliz e cheio de esperanças.

Era o dia 07 de janeiro de 2009, aniversário de minha irmã mais nova, com a disponibilidade e dedicação de sempre meu grande amigo e irmão Marcos cedeu seu carro para que o Paulo Henrique me levasse até Abaeté. Minha mãe e o meu querido irmão Wesley foram comigo. Saímos as 06h de Piumhi e as 09h estavámos em frente a casa paroquial de Abaeté. o chegarmos Pe. Dimas estava acabando de descarregar sua mudança. Pe. Antônio ainda estava em Luz.

Em frente a Igreja Matriz estavão Dona Elza, Dona Miriam e outras generosas senhoras organizando algumas faixas de acolhida em frente a Igreja. Imediatamente deixaram tudo e vieram fazer aquela acolhida própria do povo carinhoso de abaeté. Já começava a me sentir em casa.....

Minha mãe estava muito feliz e, gentilmente com o amor de sempre me ajudou a organar as coisas no quarto. Só que antes ela deu aquela faxinha no quarto....e como faltavam algumas coisas não exitou de procurar um mercado mais próximo para adquirir cestos de roupas, tapetes e outras coisas para a casa. Amor de mãe é amor eterno...amor que deixa saudade...amor que é felicidade. No calor desse amor tive segurança para iniciar uma caminha. Caminhada esta que só Deus saberia onde chegaria.....certo mesmo é que eu estava chegando em minha primeira paróquia onde serviria o povo de Deus como vigário paroquial....Abaeté começava a despontar como Amor....amor a Deus e a seu povo.