quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Feliz “Mundo Novo”!

Dia 22 de dezembro! Estamos no primeiro dia depois do “fim do mundo”. O dia previsto como catastrófico já faz parte da coleção de datas tidas como certas para o fim o mundo. E não duvidem! Outras datas irão surgir! Os Maias falavam do início de uma nova era e para que um novo tempo seja realidade não precisamos destruir aquilo que existe de belo e bom na humanidade, ao contrário, o amor, a fé e a fraternidade são os alicerces de um novo mundo.

Os calendários apocalípticos não são o calendário de Deus. Se os Maias falavam de uma nova era inaugurada no último dia 21, recordamos que esta data coincide com o solstício de verão do hemisfério sul, momento este em que os raios de sol permanecem por mais tempo no horizonte. Assim, o “fim do mundo” é, por natureza, o dia onde os raios de sol permanecem por mais tempo. Mas este dia só será de claridade se for capaz de iluminar os nossos corações com a certeza de que somos nós os sujeitos da construção de um mundo novo.

Neste sentido, os maias estavam certos! É preciso inaugurar uma nova era onde o amor não seja um simples sentimento e sim gesto concreto. Amor que cuida, zela e se interessa pelo bem do próximo. É preciso construir um novo mundo a partir do nosso compromisso em nos tornamos a cada dia seres humanos melhores, porque é a partir de nossas ações é que o mundo se torna melhor!

Em cada um de nós existe um “mundo”, um universo a ser descoberto e profundamente interligado com o próximo, com a natureza e com Deus. Mas o amor que recebemos das pessoas que amamos e fazem parte do nosso mundo é o combustível necessário para reconstruirmos a esperança.

Conta a história que em um reino distante, dois irmãos gêmeos foram convocados a suceder seu pai que resolveu se aposentar e desejava fazer uma longa viagem pelos recantos de seu reino. Um só deveria ocupar o seu lugar. O sábio rei, deveria escolher qual dos dois seria seu sucessor, por isso, lançou-lhes um desafio: quem conseguisse dar uma volta ao mundo e retornar primeiro, seria o seu sucessor. Ambos ficaram sem saber o que fazer. Como dar a volta ao mundo? E por que tal ação  seria importante para constituir um rei? Estas, entre outras, eram as indagações dos jovens irmãos. Mesmo com dúvidas, começaram a se preparar.
De malas prontas, os irmãos foram despedir de seus pais. O velho rei sentado em seu trono pediu que fossem chamar a rainha. Ao chegar, doce e terna como sempre, ela colocou-se ao lado do rei, pegou-lhe a sua mão, deu-lhe um beijo e permaneceram de mãos unidas. Este não era um costume ou tradição, era um gesto espontâneo, fruto do amor que ambos nutriam um pelo outro. E foi ao contemplar este gesto que um dos filhos sentiu que seus olhos brilhavam. E num ímpeto de felicidade levantou seus pais do trono, pegou seu irmão pela mão, e deu uma volta ao redor daquele lindo casal. E foi assim que ele descobriu que não era preciso dar a volta ao mundo se temos ao nosso lado um verdadeiro universo de amor e bem querer. A partir de então o reino da felicidade nunca mais foi governado por um só monarca. Ah! … o nome dos jovens reis é fácil de guardar: Alegria e Simplicidade. Quando a alegria e a simplicidade abraçam o reino da felicidade, não há nada que possa destruí-lo.

Que na aurora deste mundo novo, inaugurado em nossos corações, possamos fazer a opção por viver de forma simples colhendo pequenas alegrias que se transformam em grandes milagres. Abraçar a nossa família, nos alegrar com os amigos, levar a vida com mais leveza, cultivar uma boa conversa, ler um bom livro, fazer uma viagem, ver o pôr-do-sol, encantar-se com o sorriso e a simplicidade das crianças, contemplar o brilho das estrelas … encontrar na imensidão do céu a sua estrela que ainda está a brilhar!

Enfim, o mundo não acabou mas pode ser diferente agora! Depende de nós e da forma com que contemplamos a vida. Como bem nos disse nossa amiga Márcia Dias em seu artigo “Desejo-te boa viagem” , no despontar deste “novo mundo” desejo que você desfrute a bela paisagem da vida, contemple o colorido dos flamboyans e lembre-se que somos passageiros. Que não sejamos passageiros desatentos! Que nossa atenção esteja voltada para as coisas que dão sentido a nossa vida e a vida de quem amamos. A vida é esta grande viagem de trem, a cada estação renovamos nossas forças até o dia do desembarque. Ele também será, pela fé, um novo começo.

 “E agora José …”, como aproveitar o “início do mundo”? Amanhecer sorrindo pra vida já é um bom começo. Que Deus nos inspire e nos ajude a construir um mundo novo abraçando toda a beleza da criação. E assim, como não desejar a você um “Feliz mundo novo!”

Pe. Patriky Samuel Batista

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